Tendo como objetivo projetar Sernancelhe em termos gastronómicos e culturais, o Festival de Sopas pretendeu também que as sopas renascessem e reentrassem na ementa das casas do Concelho e do País, servindo o evento para enaltecer os sabores e benefícios dos "caldos" confecionados com os produtos da terra.
E foi a autenticidade destas terras que garantiu "caldos" de grande qualidade. Durante três dias não faltou sopa e foram consumidos centenas de litros. Sopa de Peixe, Sopa de Feijão Vermelho, de Cebola, de Feijoca à Zebreira, à Pescador, Aveludado de Abóbora com Laranja, Creme de Castanha, Sopa à Lavrador, Creme "Désirée", Caldo de Castanha, Sopa de Javali, Sopa de Gravanços com Bacalhau, Sopa do Quarto da Maria Nova e Creme de Ervilhas com Bacon foram as propostas do certame.
Para provar e aferir da qualidade das sopas, a organização definiu como indispensável a aquisição de uma malga de barro preto com o símbolo Terra da Castanha, que acompanhava os visitantes durante os três dias. Em simultâneo, a todos foi entregue um cartão com uma lista das catorze sopas para que assinalassem as que haviam provado e, porventura, anotassem as que mais gostaram.
Nesta segunda edição do Festival de Sopas a organização criou merchandising do evento, dispondo de um espaço de venda de aventais, colheres de pau, sacos de pano, entre outras recordações simples mas únicas da visita a este certame.
Inventariar as receitas tradicionais para garantir a sua perpetuação, associar a representação cénica e musical dos ranchos folclóricos à gastronomia e exibir a cultura popular como marca desta Terra da Castanha foram outros objetivos definidos pela organização.
Durante três dias, o Festival das Sopas, que teve entrada livre e catorze sopas em prova, contou com uma exposição etnográfica das artes e dos ofícios de antigamente, onde não faltaram as antigas cozinhas da aldeia, as tabernas e os espaços agrícolas típicos dos meios rurais. Destaque, este ano, para a recriação de uma casa tradicional de um meio rural com o espólio pertencente a Teresa Moreira Dias, uma sernancelhense, filha do republicano que ficou na história do nosso Concelho por ter sido o primeiro a hastear a bandeira republicana nos Paços do Concelho.
Num território de fortes tradições, reconhecidas manifestações culturais, personalidades célebres das artes e das letras nacionais, e onde produtos como a castanha e o granito são cartões-de-visita, com créditos firmados nos mercados dos quatro cantos do Mundo, Sernancelhe reafirmou as suas potencialidades gastronómicas, assentes ainda em forte tradição popular, que urge ser preservada e divulgada.
Tirando proveito do magnífico espaço do Expo Salão, e com a colaboração de associações, juntas de freguesia, contando com o extraordinário contributo da Escola Profissional de Sernancelhe e com os alunos e formadores do curso de Cozinha e Restaurante/Bar, o Município de Sernancelhe reafirmou-se como um Concelho cultural, capaz de definir o calendário regional e nacional com eventos autênticos e que despertam sensações fortes em que nos visita.
Aqui fica, portanto, um agradecimento especial do Município de Sernancelhe às associações do Concelho, pelo empenho e pelo sentido de pertença e de tradição que tanto concorreu para o sucesso do evento: Associação Casa do Benfica de Sernancelhe; Conselho Directivo dos Baldios 5 Reis de Gente; Zona de Caça Távora e Zebreira; Banda Musical 81 de Ferreirim; Associação de Biointerpretação de Lamosa Manta Verde; Associação dinamizadora da Aldeia da Faia; Associação comercial e Industrial de Sernancelhe – Acis; Ambula; Escola Profissional S.A – Esproser; Associação Desportiva e Recreativa da Sarzeda; Confraria da Castanha Soutos da Lapa; Associação de Caça e Pesca de Sernancelhe; Rancho Folclórico de Sernancelhe; Associação Núcleo Desportivo de Vila da Ponte. E um agradecimento também aos expositores deste 2º Festival de Sopas: Fernando Soares (velharias), Quintas das Cepas, Agridemo, Talho Pinheirinho, Bárbara Saraiva, Charcutaria Terreiro da Lapa, Elisabete Lopes (mel), Cooperativa Agrícola do Távora, Alcina Dias (cavacas), Ferragens e Cutelaria Benvende, Helmano (sapateiro), Maria Eugénia (olaria), Panitávora e Queijaria Quinta de Almerigo).
