I Encontro Nacional de Concertinas
 
Iniciativa da Associação Cultural da Sarzeda foi um sucesso
 

Concertinas trouxeram milhares de pessoas ao Exposalão Sernancelhe

 

Mais de 500 tocadores de concertina, de norte a sul do país, reuniram-se no Exposalão de Sernancelhe, no dia 19 de Março de 2011, para o I Encontro Nacional de Concertinas. A iniciativa, desencadeada pela Associação Cultural e Recreativa da Sarzeda – Tocadores de Concertina da Terra da Castanha, Concelho de Sernancelhe, foi um sucesso, tanto pela jornada musical de reconhecida importância cultural que proporcionou, como pela oportunidade que concedeu a muitas crianças e jovens de mostrarem os seus dotes de concertinistas.

 

Sem largar a sua concertina, Quim Barreiros, o famoso artista popular português, subiu ao palco e dirigiu palavras de elogio e agradecimento à Associação Cultural e Recreativa da Sarzeda, a grande dinamizadora do Encontro, que contou ainda com o apoio do Município e de diversas instituições e empresas do Concelho de Sernancelhe. Em pouco mais de uma hora, Quim Barreiros fechou com chave-de-ouro uma jornada intensa de animação, de alegria e de cultura.

 

Logo ao início da tarde, em frente à Câmara Municipal a azáfama era notória, muito por causa da concentração dos grupos de concertinas. De Viana do Castelo à Guarda, do litoral ao interior de Portugal, das mais improváveis proveniências, a concertina trouxe até Sernancelhe jovens, adultos e séniores; trouxe também muitas senhoras tocadoras e crianças para quem as miniaturas de concertinas são "brinquedo" preferido. A concertina é, de facto, um instrumento que move pessoas. E, apesar de não ser um instrumento originário do nosso País, é inseparável da nossa cultura, podendo entender-se como parte importante do nosso Património imaterial.

 

Talvez por isso a expressão corporal dos tocadores de concertina transmita sempre sensações para além da música. Seja na destreza com que tocam, seja no ritmo de abrir e fechar o fole, seja no brio quando à música associam canções alegres e, tantas vezes, irónicas.

 

De tudo isto foi feito o I Encontro Nacional de Concertinas de Sernancelhe. Depois de um longo e alegre desfile pela Avenida das Tílias, sempre a tocar, a chegada ao Exposalão antecipou a subida ao palco. Para cada grupo foi estipulado que interpretariam apenas dois temas. Inscreveram-se 70 grupos, representando mais de meio milhar de tocadores de concertina.

 

Foi, portanto, longa a jornada. Mas muito divertida e rica em termos musicais, muito por acção dos estilos de diferentes regiões e da adaptação que foram fazendo às potencialidades musicais da concertina. Pelo meio, momentos de admiração sempre que ao palco subiam crianças, mal podendo com a concertina, para, em conjunto ou individualmente, mostrarem que a música é fundamental na sua formação para o futuro.

 

Referência ainda para a preocupação com a questão cénica, de que os grupos minhotos nunca abdicam. Facto que se notou também em concertinistas de muitas outras regiões que subiram ao palco devidamente vestidos com as cores e os símbolos de cada grupo.

 

Mais de três mil pessoas passaram, ao longo de toda a tarde e noite, pelo Exposalão para assistirem ao I Encontro de Concertinas de Sernancelhe. Tiveram oportunidade ainda de presenciar o sorteio de uma concertina oferecida pela Formamódulos – Academia de Música de Sernancelhe, e assistir à interpretação do Professor Alcino, um dos mentores da iniciativa. A boa gastronomia do Restaurante Casa do Avô, também da Sarzeda, chegou para as "encomendas", já que ofereceu a tradicional feijoada, o bacalhau e ainda o arroz de pato.

 

O sucesso da encontro deixou a Associação Cultural e Recreativa da Sarzeda muito satisfeita, mas também com a responsabilidade acrescida de equacionar a repetição do evento em 2012. A fórmula para o êxito parece estar encontrada e resume-se a verdadeiro trabalho de associativismo, vontade e... paixão pela concertina.

 


 

 

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