Depois da apanha da azeitona e do azeite feito, Ferreirim guardou para 31 de janeiro o dia de festejar o Ramo de Oliveira. Uma tarde a ameaçar chuva, fria, muito semelhante aos dias duros da vareja da azeitona, foi o momento ideal para celebrar este fruto de que Ferreirim muito se orgulha.
A união de freguesias de Ferreirim e Macieira tratou da logística, “a Senhora Teresinha fez o ramo e todo o povo cantou e desfilou pelas principais ruas da freguesia. Paragem obrigatória no Lar do Sagrado Coração de Jesus, para matar saudades e levar um pouco de alegria”, explicou Jaime Ferreira, Presidente da União de Freguesias e um dos grandes responsáveis pelo renascimento desta tradição, esquecida há mais de 30 anos.
Apesar de ser escassa a informação sobre este ritual do Ramo da Oliveira, Jaime Ferreira acredita, tendo por base relatos de pessoas mais velhas da freguesia, tratar-se de um ato normal entre os grupos de trabalhadores que vinham de outras regiões para Ferreirim participar na vareja da azeitona.
De qualquer forma, o ramo de oliveira tem uma carga simbólica ainda muito enraizada nas celebrações religiosas do Domingo de Ramos, sendo nesse dia benzidos os ramos, que depois guardam-se em casa durante todo o ano.
A importância do Ramo de Oliveira é um ritual que Ferreirim quer manter. Em ambiente de festa, numa cerimónia muito simples, as gentes da aldeia agradecem a bênção da natureza ao dar o azeite, perpetuando uma tradição que define a identidade da terra. Até gastronomicamente Ferreirim mantém o bacalhau frito com ovos e o vinho das cepas que preenchem a encosta da aldeia.