O Planalto da Serra da Lapa acordou cedo para preparar a primeira romaria do ano. De todos os lados, e seguindo a tradição de se encontrarem nos miradouros, chegaram grupos de pessoas, com bandeiras das mais diversas freguesias e concelhos da região, que seguiram em procissão até ao espaço frontal à Igreja. Seria deste ponto que sairia a procissão com as imagens do Menino Jesus da Lapa e de Nossa Senhora da Lapa, organizada pelo Reitor Joaquim Dionísio, e que contou com a colaboração dos Escuteiros da Europa, do Grupo Eu Peregrino e de várias associações e entidades que dedicam a sua ação à Nossa Senhora da Lapa.
Como é tradição o recinto da missa campal, junto ao Miradouro, encheu-se de peregrinos para ouvirem a homilia. Joaquim Dionísio, Reitor do Santuário, lembrou o tempo em que a Lapa não foi celebrada por causa da Pandemia e rezou por todos quantos perderam a vida por causa da covid, pedindo à Senhora da Lapa que interceda pelo fim da guerra na Ucrânia. Agradeceu a presença do Bispo de Lamego, do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe, Carlos Santos, do Presidente da Junta de Freguesia de Quintela, Luís Carlos Santos, e para todos os peregrinos que vieram hoje ao Santuário da Lapa.
O Bispo de Lamego, D. António Couto lembrou igualmente o conflito da Ucrânia e referiu que “as guerras que atravessaram a humanidade já mataram 3 biliões e 800 milhões de pessoas”. Neste momento, disse, é importante que “quem demanda a Lapa faça também essa reflexão”, exaltando que todos cultivem a vida, a felicidade e a paz.
D. António falou ainda de um tempo de “encruzilhadas”, com uma pandemia e uma guerra que nos afeta fortemente. E questionou: “O que se passa com as nossas ideias, com os nossos pensamentos? Escolher a vida é fundamental”, terminou.