Manuel de Lima Bastos apresentou o livro “Mestre Aquilino, Caçador e a Gaitinha do Capador”

Manuel de Lima Bastos apresentou o livro “Mestre Aquilino, Caçador e a Gaitinha do Capador”

Manuel de Lima Bastos apresentou, no dia 9 de abril, no Auditório Municipal de Sernancelhe, o livro “Mestre Aquilino, Caçador e a Gaitinha do Capador”, uma edição Sopa das Letras, com o apoio do Município de Sernancelhe. Estiveram na sessão de apresentação Arlindo Cunha, antigo Ministro da Agricultura, e D. Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal.

“Mestre Aquilino, Caçador e a Gaitinha do Capador” é a nona obra da lavra de Lima Bastos, exímio divulgador do escritor sernancelhense Mestre Aquilino Ribeiro. Reconhecido pela sua dedicação ao autor de “Terras do Demo”, Lima Bastos tem dado um importante contributo também ao surgimento de novos leitores, novos públicos e ao recentrar da mundividência aquiliniana na sua terra natal: Sernancelhe.

No livro agora apresentado, com pouco mais de 160 páginas, Lima Bastos volta a brindar o leitor com uma linguagem muito apelativa, divertida e entusiasmante. Marca, aliás, da sua veia literária, que lhe valeu, em 2009, o Prémio Literário da Ordem dos Advogados, com a obra "À Sombra de Mestre Aquilino".

Qualidades literárias muito evidenciadas pelos oradores da sessão de apresentação. Arlindo Cunha referiu “o estilo muito próprio de Lima Bastos abordar os textos da caça”, dizendo que o autor “protagoniza visitas guiadas por diversas obras do escritor”, definindo-o ainda como um defensor dos “valores do mundo rural”. Terminou a sua intervenção reconhecendo que “Lima Bastos e Aquilino fazem-nos um apelo para que lutemos pelo mundo rural”.

Por seu turno, D. Manuel Martins reafirmou a sua alegria por vir a Sernancelhe: “É um Município com uma preocupação muito grande com a cultura, com o gosto da cultura, e a necessidade de termos a cultura presente na nossa vida”. No entender do Bispo Emérito de Setúbal “um dos nossos grandes deveres é ajudar as pessoas a crescerem com a cultura”.

D. Manuel Martins não deixou de lembrar o falecimento de Monsenhor Cândido Azevedo, apelando para que “não deixem morrer este homem”, sinal do reconhecimento pela cultura e legado do Pároco de Sernancelhe. E lembrou também as vítimas do trágico acidente que vitimou os emigrantes da freguesia de Arnas quando vinham da Suíça passar a época da Páscoa com as famílias.
Referindo-se à obra de Manuel de Lima Bastos, o Bispo disse que o autor é um “mergulhador de profundidades”, conseguindo “obras criadoras de palavras. Como é possível que mergulhando encontre tantas palavras?”, questionou D. Manuel Martins, enaltecendo o autor.

Manuel de Lima Bastos agradeceu a todos pelas alocuções acerca da sua obra. Tal como havia feito D. Manuel Martins, prestou homenagem a Monsenhor Cândido Azevedo lendo uma carta que aquele lhe enviou, em tempos, a propósito dos seus livros. Reafirmando que a sua produção literária vai continuar, Lima Bastos confidenciou ter descoberto a origem do termo “Mestre Aquilino”, assegurando que o mesmo terá sido conhecido em 1941 através de uma carta dirigida por António Pedro a Aquilino Ribeiro.

O Presidente da Câmara, Carlos Silva Santiago, disse que “comprovadamente, Lima Bastos é um grande admirador de Aquilino Ribeiro, um discípulo que, sempre que nos visita em preparação das suas obras, parte à descoberta do sentir e do pulsar das nossas gentes, seja em que freguesia for, mergulhando na autenticidade que nos carateriza, tão-somente para conseguir passar para as páginas dos seus livros os roteiros, pintar os acontecimentos, destacar a caça, surpreendendo-nos sempre com a novidade - num tempo em que o frenesim dos dias parece não deixar vagar para a contemplação”.

Referiu-se ao episódio dedicado na obra à cabidela de galo de degustada em Lamosa, no Restaurante do sr. Vasco Aparício, reconhecendo que “o Dr. Lima Bastos surpreende a cada momento, em cada obra que cria”, terminando com um “agradecimento por proporcionar a tantos de nós e a todos os leitores da sua obra, esta viagem pelos sabores e pelos cheiros da obra do nosso conterrâneo Aquilino Ribeiro”.


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