Quem não deu conta do frio foram os mais novos que, acompanhados dos pais, entraram para o Expo Salão carregados de cestas, couves, castanhas, nozes, abóboras, bolos, goluseimas, enfim, tudo o que a imaginação permitiu e a disponibilidade dos pais permitiu concretizar.
À espera dos produtos estavam os professores dos diferentes anos e ciclos escolares, cada um na sua barraquinha. O que se seguiu foi a disposição dos produtos em cada banca e a venda processou-se de forma imediata. Pelo recinto as crianças foram os vendedores, apelando aos visitantes (muitos porque ao lado decorria a feira quinzenal de Sernancelhe) para as propriedades e benefícios para a saúde dos produtos biológicos colhidos nas hortas dos diferentes pontos do Concelho.
Em pouco mais de hora e meia, por entre música e animação, as bancas ficaram vazias. A alegria dos mais novos, o sucesso de terem vendido tudo o que trouxeram significou muito mais do que o arrecadar de alguns euros para a sua visita de estudo. Foi sentir a recompensa pelo esforço, a confirmação de que o trabalho em equipa é essencial, foi dar valor a produtos que saem da terra e que, afinal, numa escala maior são essenciais para a economia dos seus familiares e do Concelho.
Terminada a Feira, foi tempo de regressar ao Agrupamento de Escolas, onde depois do almoço houve ainda um magusto para todos. É, sem dúvida, uma forma de dar a conhecer a castanha às novas gerações, de as despertar para o sabor e propriedades deste fruto e, assim, perceberem tradições, origens e como se mantém a autenticidade desta terra, da Terra da Castanha.
Fica o apontamento: ainda que se comemore oficialmente no dia 11 de novembro, o S. Martinho é uma data que mantém a associação a castanha, a magustos, a vinho novo e a jeropiga. É também uma data com forte carga festiva, de enorme sentido familiar para as gentes de Sernancelhe, pois é o momento de juntar amigos e comer castanhas assadas ou enviar um “magustinho” de castanhas martaínhas para os familiares em Lisboa, ou para os que estão emigrados na França e na Suíça. A castanha é cada vez mais um fruto que esbate distâncias e permite “matar” saudades da terra.