Chefe do Estado-Maior-General da Forças Armadas inaugurou Monumento de Homenagem aos Combatentes do Ultramar do Concelho de Sernancelhe

Chefe do Estado-Maior-General da Forças Armadas inaugurou Monumento de Homenagem aos Combatentes do Ultramar do Concelho de Sernancelhe

O Chefe do Estado-Maior-General da Forças Armadas, General Artur Neves Pina Monteiro, inaugurou, no dia 26 de junho, o Monumento de Homenagem aos Combatentes do Ultramar do Concelho de Sernancelhe. A cerimónia, organizada pelo Município, em colaboração com a Liga de Combatentes – Núcleo de Viseu, contou com a presença de uma força militar do Centro de Tropas de Operações Especiais de Lamego e com a bênção do memorial aos dezassete militares do concelho falecidos na Guerra Colonial pelo sernancelhense Major Capelão Luís Seixeira, da Escola das Armas de Mafra.

Numa cerimónia que contou com dois momentos distintos, o Município pretendeu, numa primeira ação proporcionar uma sessão de boas-vindas ao Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, iniciada com a Guarda de Honra pelos Bombeiros Voluntários de Sernancelhe e com a interpretação do Hino da Maria da Fonte pela Banda Musical 81 de Ferreirim.

Logo de seguida, e já no interior do edifício da Câmara Municipal, o Presidente da Assembleia Municipal, José Agostinho Aguiar deu oficialmente as boas-vindas às entidades e convidou o sernancelhense José Campos Portinha, poeta popular com vários livros publicados, natural de Aldeia de Santo Estevão, militar do Exército na Guiné entre 1969 e 1971, como especialista apontador de canhão sem recuo no Pelotão de canhões 2126, a ler um poema da sua autoria, alusivo ao momento.

Em representação de todos os combatentes do Concelho que estiveram no Ultramar, o Presidente de Assembleia convidou também António Varela Roque, que foi militar em Angola, entre 1963 e 1967, a usar da palavra. Varela Roque comandou o destacamento de intendência em Bucuzal, no Enclave de Cabinda; fez parte do Destacamento 214 na cidade de Cabinda, no campo militar do Grafanil, participando em missões de reabastecimento em todo o norte de Angola; passou à disponibilidade como Tenente-miliciano.

O segundo momento da cerimónia foi de cariz militar, coordenado pela Liga de Combatentes – Núcleo de Viseu, junto ao Monumento, onde foi descerrada a placa evocativa do evento pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, pelo Presidente da Direção Central da Liga do Combatentes e pelo Presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe.

Efetuada a bênção pelo Major Capelão Luís Seixeira, decorreu o momento mais simbólico do evento com a cerimónia de homenagem aos mortos no Ultramar do Concelho de Sernancelhe. Um soldado do CTOE de Lamego colocou uma coroa de flores no memorial com os nomes de todos os falecidos, ato demonstrativo do significado e da homenagem a todos quantos, no cumprimento do dever, tombaram no campo da honra e da glória, ao serviço de Portugal.

Deposta a coroa de flores, foram prestadas honras militares, sendo executado “o toque de silêncio”, o “toque de mortos em combate” e o toque de alvorada”.

Uma cerimónia emotiva, presenciada por perto de um milhar de pessoas, que viram o pelotão do Centro de Tropas de Operações Especiais, sob o comando do Alferes Sousa, desfilar em continência ao lado do Monumento de Homenagem aos Combatentes.

Logo depois, todos os presentes foram convidados a deslocarem-se ao Centro Histórico da Vila de Sernancelhe, onde assistiram a um momento musical da responsabilidade da Banda Musical 81 de Ferreirim.

 

UM MONUMENTO QUE FAZ “HISTÓRIA”

O Monumento de Homenagem aos Combatentes do Ultramar localiza-se numa das principais entradas da Vila de Sernancelhe, no espaço frontal ao Município e no principal acesso ao centro histórico.

Com a construção desta rotunda, Sernancelhe ergue um monumento que pretende honrar a memória de todos os jovens do Concelho que defenderam Portugal no Ultramar e que fica visível no memorial com os nomes de todos quantos perderam a vida em combate, em que teatro de operações e em que data, bem como as freguesias de naturalidade.

Por outro lado, o Monumento foi enquadrado num equipamento que recria os elementos marcantes do território do Concelho de Sernancelhe: a serra e rio, uma simbiose garantida pelo movimento e pelo som da água, pelas cores das plantas e pelas imagens dos soldados esculpidos em ferro nos topos da rotunda. A água, em cascata, simboliza o Távora; e os diferentes patamares com arbustos e plantas relembram a montanha que define o nosso território.

Mas pretende também ordenar o trânsito, disciplinando a questão da circulação automóvel, bem como o encaminhamento das águas pluviais, a requalificação das infraestruturas elétricas, a substituição dos velhos postes em cimento por outros de ferro mas com iluminação Led (de maior eficiência), o embelezamento do espaço circundante, nova sinalização, e uma requalificação transversal naquela que é uma das principais entradas na sede do Concelho.


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