ESPROSER comemora 20 anos ao serviço do Ensino Profissional

ESPROSER: 20 anos ao serviço do Ensino Profissional

O ano 2013 é marcante para a ESPROSER – Escola Profissional de Sernancelhe. A juntar à coincidência de completar 20 anos, a instituição assinou com a EDP – Eletricidade de Portugal, um protocolo que permite aos alunos a realização de estágios naquela empresa, abrindo assim uma importante porta para o mercado de trabalho aos alunos que frequentam o Curso Técnico de Instalações Elétricas. Um feito que, segundo os membros do Conselho de Administração, acontece porque a ESPROSER é uma escola "respeitada, é reconhecida, tem credibilidade e cotou-se como uma referência junto do mercado de trabalho".

Ana Chaves, Jorge Figueiredo e Rui Guedes são os elementos do Conselho de Administração executivo da ESPROSER, cargo que ocupam há cerca de uma década. O desafio que lhes foi colocado no ano 2002/2003 passava pela afirmação da ESPROSER e por conseguirem que a instituição fosse vista como um exemplo educativo, um espaço onde, para além da formação dos jovens, fossem ensinados valores fundamentais para a vivência em sociedade.

O balanço feito pelos diretores é otimista, mas sempre com "os pés bem assentes na terra". "Localmente a ESPROSER é respeitada, na região é reconhecida, ganhou credibilidade, cotou-se como uma referência, ganhou capacidade de aproximação ao mercado de trabalho e é vista como geradora de empregabilidade para os alunos que a frequentam", define Ana Chaves, que assume outra característica atual da escola: "Aos olhos das outras escolas, ganhámos voz; somos ouvidos, somos contactados como referência, o que é muito positivo e gratificante".

 

ESCOLA ORIENTADA PARA O MERCADO DE TRABALHO

É evidente a preocupação da direção da ESPROSER em estar sempre à frente no que respeita às necessidades do mercado de trabalho. Mais do que formar, é assumido por todos que a Escola preocupa-se em encontrar saídas para os alunos. Proporcionar-lhes, na primeira fase, um estágio de qualidade é essencial. "O que define e avalia a Escola é o mercado de trabalho", diz Ana Chaves, que demonstra, pelas parcerias com mais de 60 empresas a nível nacional, o trabalho que tem sido feito para proporcionar estágios aos alunos. Rui Guedes confidencia, por seu turno, que "temos a preocupação de criar competências aos alunos, mas também de garantir a sua empregabilidade. Temos das melhores empresas nacionais a acolher alunos da ESPROSER", referindo-se ao Protocolo assinado com a EDP, e que se prolongará por vários anos, um sinal claro de que aquela empresa reconhece qualidade à formação ministrada pela Escola.

Nunca descuidando "a formação social de cada aluno", como refere Jorge Figueiredo, a ESPROSER não abdica do princípio do "rigor" que instituiu em 2003/2004. Para Rui Guedes, "o rigor é determinante para mantermos a gestão de qualidade que possuímos" e a explicação para que se mantenha o projeto educativo, que assenta, no entender de Ana Chaves, na "responsabilização e na permanente abertura da escola a toda a sociedade".

Conscientes de que o "mercado de trabalho já faz a distinção e sabe onde escolher os jovens com boa formação", como revela Jorge Figueiredo, entendem que o exemplo da ESPROSER é claro: "A Escola não tem de ser neutra perante a sociedade; deve ser participativa, defender os pilares em que acredita e transmiti-los; deve explicar, sem medos, que aposta em valores como a família e as competências sociais", explica Ana Chaves. Como exemplo, Rui Guedes dá conta da mudança operada e que passa agora pela "aposta em diariamente transportar os alunos de fora do Concelho (e são mais de 60 por cento) de suas casas para a escola e ao fim do dia levá-los de regresso ao seio familiar. Acreditamos que é a forma mais saudável para eles e que é mais correto educar em parceria com a família".

O modelo parece ser, de facto, acertado. Tanto mais que Ana Chaves lembra que "90 por cento dos encarregados de educação vêm pelo menos uma vez por período à Escola", incentivando os responsáveis pelos alunos participem ativamente na sua educação.

O DESAFIO DE COLMATAR A AUSÊNCIA DE ENSINO SECUNDÁRIO

Ao longo desta década foram muitas as exigências impostas às escolas profissionais. Ana Chaves reconhece que, se "financeiramente os últimos dois anos não foram simpáticos e se as mudanças ao modelo de financiamento foram difíceis de superar", o Diretor Financeiro esclarece: "Do terceiro para o quarto quadro comunitário de apoio ficámos sem 30 por cento do financiamento, já para não falarmos nos atrasos nos pagamentos, que chegam a ultrapassar meio ano". Realidade que não impede a escolas de suportar todos os encargos com os seus alunos, ou seja, para as famílias cujos filhos estudam na ESPROSER não há qualquer custo.

Ainda assim, estes constrangimentos não têm posto em causa o projeto educativo da ESPROSER. Muito pelo contrário, "a Escola continua a assumir o papel social decorrente da ausência no Concelho de Ensino Secundário. O grande desafio tem sido a educação e a formação dos jovens, conseguindo-se que os alunos de Sernancelhe não tenham de procurar respostas noutros concelhos", assume Ana Chaves. Jorge Figueiredo acredita mesmo que "sem a ESPROSER centenas de jovens de Sernancelhe teriam ficado sem o 12º ano", com a vantagem de aqui ainda lhes terem sido garantidas as bases para uma profissão.

MAIS DE UM MILHÃO DE EUROS DE INVESTIMENTOS EM 10 ANOS

A ESPROSER não abranda na prossecução do seu projeto. Numa escola "onde não há tempos lives, as aulas não ficam por dar e os programas por cumprir", como diz Ana Chaves, também "não há qualquer encargo para as famílias, seja a nível de transporte, alimentação ou material de estudo".

O segredo, desvendam, é simples: "A visão é pensar sempre a médio/longo prazo e efetuar investimentos apenas quando estão criadas as condições para isso". Rui Guedes explica, desta forma, os investimentos da última década na ESPROSER: seis viaturas ligeiras e duas pesadas para transporte de alunos; obras no edifício em 2003/2004 no valor de 500 mil euros, obras de requalificação em 2012/2013 no valor de 200 mil euros, investimento em mobiliário e equipamento informático. Tudo para garantir que as quase duas centenas de pessoas que frequentam este ano a Escola disponham das melhores condições de aprendizagem e os 40 formadores (50 por cento do Concelho) possam ensinar com qualidade. Funcionam atualmente os cursos de Técnico de Instalações Elétricas, Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, Técnico de Auxiliar de Saúde, Técnico de Restauração: variante Restaurante/bar, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de Informática de Gestão, e Técnico de Receção.

Volvidos tantos anos de existência, a ESPROSER tem sabido aceitar os desafios e encontrar as soluções acertadas para cada momento. Surgiu com a difícil missão de combater o flagelo do abandono e das baixas qualificações concelhias no início da década de 1990, e esse obstáculo foi superado; enfrentou, sem receios, os tempos em que teve de olhar em frente, rumo à afirmação e à credibilização, e logrou alcançar sucesso; olha agora para o futuro e encara-o com a mesma postura de sempre: "Enquanto houver alunos contentes com a ESPROSER, enquanto a ESPROSER for motivo de orgulho, estamos confiantes no futuro", assegurou Rui Guedes.

Para Ana Chaves, a Escola Profissional, propriedade da Câmara Municipal de Sernancelhe e da Liga de Amigos, não vai abdicar de continuar a participar ativamente na vida do Concelho. "O Festival da Amizade e Feira Sementes da Terra são exemplos da nossa inserção e aceitação no mercado e na sociedade; mostrar o que somos, quem somos, e contribuirmos para melhorar a nossa terra são objetivos que não abandonaremos".

 


 

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