Companhia de Teatro Filandorra trouxe “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, a Sernancelhe

Companhia de Teatro Filandorra trouxe “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, a Sernancelhe

A Filandorra – Teatro do Nordeste está a levar Gil Vicente às escolas da região. A iniciativa pretende teatralizar os textos vicentinos que integram os programas curriculares da disciplina de Português e mostrá-los ao público estudantil. O “Auto da Barca do Inferno” foi a peça que a Filandorra trouxe ao Auditório Municipal de Sernancelhe, na tarde de 31 de janeiro, para cerca de duas centenas de alunos e docentes do Agrupamento de Escolas e da ESPROSER - Escola Profissional.

Tendo como objetivo trazer o teatro às escolas e aos meios rurais, a autarquia, que estabeleceu um protocolo com a Filandorra, quis igualmente que a qualidade teatral da Companhia estimulasse os jovens à compreensão de textos vicentinos e fosse uma ferramenta de trabalho para os professores durante as aulas.

Com encenação de David Carvalho, também Diretor da Companhia, o “Auto da Barca do Inferno” apresenta-se com um sentido pós-moderno, mas respeitando fielmente o texto original de Gil Vicente. As personagens foram atualizadas e enquadradas no espaço e no tempo atuais, assim como a música (com temas que foram ou são sucessos mundiais) e todo um guarda-roupa moderno.

Gil Vicente, dramaturgo da corte portuguesa no século XVI, pretendeu com o “Auto da Barca do Inferno” retratar a sociedade de então. Foi representado pela primeira vez em 1517, e centra-se num julgamento num cais onde estão dois barqueiros: o Anjo (Paraíso) e o Diabo (Inferno). À medida que se chegam os embarcadiços o Anjo e o Diabo discutem quem entrará na barca de cada um, condenando os seus passageiros à viagem para o Céu ou para o Inferno.


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